sábado, 21 de maio de 2011

Revolta dos peões de Jirau -

JIRAU & NOVA FRIBURGO
Anotações sobre duas reportagens
Por Mauro Malin em 17/5/2011
(...)
"Fogo na usina do desenvolvimento acelerado – A grande revolta dos peões de Jirau", de Fábio Fujita,
Jirau: da irritação à exasperação
Fujita começa com a descrição do clima de irritação, transformada em exasperação, durante a troca de turnos no canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Jirau, em Rondônia. Salvo engano, foi o único repórter que apontou com precisão os episódios que funcionaram como estopins do que denomina "a maior revolta operária do Brasil no século XXI". Descrição cadenciada, que começa por uma briga entre um peão e um motorista e culmina com a ação da Polícia Militar, para variar, inepta: "(....) um batalhão de choque da polícia atacou a esmo, à base de balas de borracha, gás lacrimogêneo e spray de pimenta". A maior parte do canteiro já se reduzira a cinzas e ruínas.
(...)
"No refeitório, nem sempre os operários conseguiam comer. Com uma hora de folga para o almoço, e filas enormes, às vezes não dava tempo. Eu vi um cara do meu lado desmaiar porque não conseguiu comer", disse Anderson [outro operário entrevistado]. Se o peão esquecesse o crachá, não comia, diz o repórter. "’O segurança via o sujeito todo suado, via que tinha acabado de trabalhar, e mesmo assim não liberava’, contou o soldador José Raimundo Leite". A comida, muito ruim.

No ambiente de trabalho, prossegue Fujita, trabalhadores mudados de função não recebiam equipamento de segurança adequado para a nova tarefa e corriam risco de acidente. A narrativa sobre as condições desumanas termina com relatos sobre o clima de tensão há muito reinante.


http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=642IMQ002

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